Desde que me conheço por gente acho os finais de ano um período complicado! Sou hiperativo e ansioso…
Juntar planejamento do ano seguinte (CPF e CNPJ), com a impossibilidade de já sair colocando tudo em prática, é a equação perfeita que resulta em ansiedade!
Bom… tentei fazer diferente esse ano.
Diferentemente de anos passados em que eu organizava metas anuais, tentei quebrar meu ano em tópicos trimestrais, onde cada trimestre possui um tópico que preciso dominar.
O primeiro tópico do meu ano de 2024 são “vendas B2B”… E é sobre isso que eu quero falar hoje, mais especificamente, sobre uma metodologia criada por Aaron Ross, que fez a SalesForce atingir a marca de $100mi de ARR.
Fordismo No Mundo Das Vendas
Para você entender como a Cold Calling 2.0 se conecta com a criação de conteúdo, precisamos entender quais as diferenças dessa metodologia para a “escola tradicional” de vendas, e se eu pudesse usar apenas uma palavra, seria “Especialização”.
Na “escola tradicional” de vendas, o vendedor é responsável por prospectar novos clientes, começar a etapa de negociação, realizar o fechamento da venda e cuidar do relacionamento do cliente para manter um nível de satisfação elevado de maneira constante.
A Cold Calling 2.0, segue quase que um racional fordista, onde cada membro se torna especialista em apenas uma função e temos uma linha de montagem fixa.
O que o Aaron Ross faz é pegar o processo de uma venda B2B, quebrar em etapas e segmentar pessoas específicas para cada etapa.
Resumindo a grosso modo, o processo possui 3 grandes etapas:
- Desenvolvimento da venda: Prospecção e qualificação dos leads (Inbound e Outbound)
- Venda: Processo de negociação e fechamento
- Manutenção dessa relação com o cliente (Customer Success)
Ou seguindo a associação do fordismo: Input, Manufatura, Output.
Hoje quero focar na etapa de desenvolvimento de vendas e quero que você interprete ela como:
Encontrar matéria prima no volume e na qualidade que a manufatura precisa!
Se eu não tiver insumo suficiente, minha linha de produção para!
Se meu insumo não for da qualidade que eu necessito, meu output sai comprometido, ou até mesmo não sai…
Bom, e como isso se associa ao mundo da criação de conteúdo?
Sua Central De Informações
Dentro da criação de conteúdo, vejo as pessoas frequentemente alegando que o gargalo da produção é a falta de ideias…
E eu entendo parte da dor, tá?
Com as redes sociais cada vez mais demandando frequência e constância, é normal que uma pessoa que não tenha um “depósito de ideias” sofra para produzir conteúdo de maneira “competitiva”.
E é aqui que eu te apresento o principal conceito que quero trazer na conversa de hoje… sua central de informações!
Sua central de informações será seu principal fornecedor no mundo da criação de conteúdo!
É ela que vai garantir o volume e a qualidade das ideias que você precisa para criar conteúdo de maneira frequente e consistente.
Ela será seu guia de bolso, fornecendo ideias, insights sobre o mercado, insights sobre as redes sociais e até mesmo te ajudar a testar novas dinâmicas de conteúdo para o seu nicho.
Mas afinal de contas, o que é? e como montar a sua?
A central de informações não é nada mais, nada menos do que um perfil de Instagram criado especificamente para fugir da enxurrada de conteúdos inúteis ao qual você é bombardeado diariamente, te permitindo usar as redes sociais como uma verdadeira ferramenta de pesquisa de mercado, sem que você seja interrompido por um reels de meme que te prenderá e te fará perder o foco a cada 5 minutos.
O objetivo aqui é simples: buscar ideias de conteúdo na fonte sem ser interrompido por conteúdo inútil!
A primeira etapa no desenvolvimento da sua central é óbvia…
Criar um perfil específico para isso.
Bom, se a central de informação é um compilado de perfis que você segue, tá na hora de criar a lista de “fornecedores”
Após a criação, existem 4 estilos de contas que recomendo todo criador de conteúdo seguir:
- Contas de criadores de conteúdo líderes do seu nicho (o próprio nome já diz… líderes), logo, você aprenderá muito sobre conteúdos que estão performando bem no seu nicho, tendências de nicho, linguagem, e comunicação com o público alvo.
- Contas de criadores de conteúdo de outros nichos e que se destacam por alguma particularidade (estilo de edição, efeitos de transição, criatividade no roteiro…) Se o foco antes era ter uma visão detalhada do micro, aqui é ser capaz de trazer inspirações “de fora” para tentar criar um formato único
- Contas de insights de mercado (informações sobre o uso da rede social em si, dados sobre o consumo de conteúdo em redes sociais… aqui recomendo o Rafael Kiso da Mlabs no Instagram
- Contas oficiais da plataforma, sendo um exemplo o @creators , @zuck (que tem um canal de transmissão foda) e até mesmo o @Instagram!
Essa composição te garante todos os insumos necessários para:
Ter ideias de posts que já estão performando bem e aumentar a performance média de seus post’s
Ter ideias de novos estilos/dinâmicas que podem servir para o seu perfil, acelerando seu processo de descobrimento e desenvolvimento de um formato único
Entender para onde o consumo de conteúdo naquela plataforma em si está caminhando e atualizar seu conteúdo (já conto um exemplo disso…)
Ficar por dentro de atualizações que a plataforma sofrerá e não ser pego de surpresa com alguma mudança
Dando um exemplo rápido do tópico 3…
Muito antes das pessoas descobrirem que o uso de legendas auxilia na retenção de um vídeo e começarem a usar religiosamente, muitos creators já as utilizavam…
E não, não foi na cagada, e sim porque observaram dados de que grande parte dos usuários consumiam conteúdo sem som nas redes sociais… logo, se não existisse nenhum recurso para guiar a experiência sem som, eles pulariam e o vídeo performaria mal!
Resultado: Utilização de legendas para usuários que consomem vídeos sem som (grande parte)
Esse é um exemplo bem simples e tosco de como o comportamento de consumo de conteúdos deve ser observado com bastante atenção!
Tá, segui o pessoal, existe alguma outra regra?
Não diria que é uma regra e sim um cuidado!
Sempre que for usar a rede social para passar o tempo/ lazer, tomar cuidado para verificar se não está na conta da sua central de informações… isso porque:
Pesquisar ou consumir conteúdos que fogem do objetivo da conta irão “desconfigurar” ela e você começará a receber tópicos aleatórios, correndo o risco de você ter como recomendação de conta algo semelhante à sua principal (não porque o algoritmo tem acesso à sua outra conta, e sim porque você terá histórico/ interações semelhantes às da outra conta)
Bom, você começou a usar a central de informações, começou a receber o input da sua máquina e criar conteúdo… e agora? onde eu estoco tudo isso?
ou seja, onde eu crio meu “estoque de ideias”?
Criando Seu Estoque De Ideias
Cara, aqui vai muito de pessoa para pessoa…
Vou te recomendar o que eu faço com o perfil da Nano!
O próprio Instagram agora te permite criar diferentes pastas dentro dos post’s salvos! (aquela bandeirinha de salvar o post).
A estrutura que eu gosto de usar dentro do perfil da Nano é a seguinte:
- Post’s do nicho
- Post’s de fora do nicho
- Dados de Mercado/Redes Sociais
Caso queira, um caminho é abrir essas coleções em subtópicos…
- Nicho → Alcance, Engajamento, Conversão…
- Macro → Roteiro, Edição/Efeitos…
- Dados de Mercado
- Dados Redes Sociais
Acho necessário? Não… Gosto de manter 3 grupos apenas!
Espero ter conseguido te ajudar com um dos problemas que mais escuto de criadores de conteúdo!
Obs: Não quis nem entrar no tópico de geração de ideias através de AI…
Isso é tópico para outro papo, mas tenho visto uma massificação de conteúdos extremamente superficiais criados por AI!
Muito por falha de quem está pilotando o prompt!
Enfim, papo para outro dia.