Hoje nossa conversa vai ser um pouco diferente.
Acabo de voltar de um evento fod#, com grandes palestrantes como o ex-CEO do Mc Donalds, Paulo Camargo, e o ex-CTO do Nubank Marcelo Toledo
Em meio a tantos aprendizados, claramente minha cabeça tenta trazer tudo para o mundo da criação de conteúdo
Em uma das palestras, com o grande Alfredo Soares, Sócio-Fundador do G4 Educação, empresa que foi de 20 milhões de faturamento para 200 milhões em apenas 3 anos, algumas coisas me chamaram atenção, mas gostaria de trazer uma em particular.
Precisamos criar marcas interessantes e não interesseiras, marcas que não tentem vender a todo momento e a qualquer custo.
Quando trago para o mundo da criação de conteúdo, infelizmente temos muito mais “perfis interesseiros” do que “perfis interessantes”.
Luís, o que seria um perfil interessante?
Perfil Interessante
E aqui sendo um pouco ousado, provavelmente TODO perfil que você segue, que você o enxerga como autoridade em algum assunto, é interessante!
Você concorda comigo que, para você o enxergar como autoridade, ele precisa “ter te convencido” disso? Ser visto na posição de autoridade não é algo que ocorre naturalmente, e sim uma construção.
Uma construção realizada a partir da criação de conteúdos que realmente gerem valor positivo na vida de quem segue (responder alguma dúvida, solucionar alguma dor)
Mesmo se a pessoa física/empresa for muito boa no tópico, mas não souber externalizar isso corretamente, ela não será vista como autoridade.
Ou seja, a imagem de autoridade, não foi parar ali sozinha, ela veio justamente de um perfil que gera constantemente valor para quem o segue.
Resultando em um aumento gigantesco na taxa de conversão!
Trazendo aqui até números para mostrar meu ponto:
19% das pessoas tem como o principal fator de decisão na escolha de um conteúdo online a autoridade/credibilidade do professor!
Obs: Preço é o terceiro fator.
Então olha a importância de se construir um perfil que antes de querer vender, que entrega valor.
Luís, o que é um perfil interesseiro?
Perfil Interesseiro
- Quer te vender a toda hora e a qualquer custo
- Não te qualifica para saber se o produto faz sentido para o momento que você está
- Não gera valor através do conteúdo (Soluciona uma dor, responde dúvidas..)
Quais são as consequências de um perfil interesseiro?
Baixa taxa de conversão, ticket médio tende a ser mais baixo (pessoas não confiam 100% em você), baixíssima recompra.
Afinal de contas, estou vendendo a qualquer custo, para pessoas que talvez nem estejam exatamente no momento para aquele produto (vão se frustrar com a experiência)
Resumindo em métricas de negócio: Alto CAC e baixo LTV.
Luís, sou um criador de conteúdo e não tenho nenhum produto proprietário.
Se você monetiza seu perfil através de parcerias, ficar empurrando produto que não faz sentido para o seu público significa:
- Você recomenda o produto
- A pessoa compra seu produto ;
- Testa e não gosta pq não é para o perfil dela
- Fica frustrada e começa a não confiar mais em você
- Sua taxa de conversão cai
- Você não consegue mais parcerias pela baixa taxa de conversão…
Ou seja,
Baixa taxa de conversão e baixo LTV
E como podemos contornar este problema?
A ideia principal é gerar valor antes de querer vender. É entregar informação sem querer algo em troca toda vez. É isso que te posiciona como um perfil interessante.
E como posso gerar valor recorrentemente?
Separei 3 pontos que considero cruciais:
- Falar sobre tópicos relevantes para quem te segue
- Acertar um formato que faça sentido para o seu público
- Ajustar linguagem utilizada
1) Gerar valor através de tópicos relevantes
Usar ferramentas como a “Answer The Public” e “Also Asked” pode ser um baita caminho inicial.
Dentro dessas 2 ferramentas você consegue procurar palavras chave e entender o que as pessoas estão procurando sobre esse tópico especificamente. Resumindo em poucas palavras = Responder alguma dúvida do seu público.
Uma possibilidade um pouco mais complexa é realizar entrevistas com seu público alvo.
Quando criei a Nano, minha startup que profissionaliza colaboradores em criadores de conteúdo, realizei mais de 30 entrevistas exploratórias no meets, 45 minutos cada, querendo conhecer quem realmente era meu público. Queria saber quais eram suas dores e como eu poderia ajudar.
Resultado: Uma metodologia criada em cima das reais dores de um criador de conteúdo.
Luís, isso foi o suficiente? Não.
2) Garantir que esteja na linguagem/formato do seu público
Adianta eu produzir esse conteúdo e não chegar/ se conectar com quem me segue?
A resposta é óbvia, mas identificar que isso tá acontecendo e acima de tudo, ajustar o formato para conversar com seu público pode ser um pouco complexo.
Como vocês descobriram no caso da Nano?
Inicialmente tínhamos aulas de 40 minutos, slides, aula super densa.
Ao analisarmos as métricas de retenção do vídeo, era literalmente 90% das pessoas saindo no primeiro minuto.
Minha primeira reação foi de “como assim?” Estou trazendo tópicos que são de extrema importância para eles (mapeados nas entrevistas) e de uma maneira super aprofundada. Como que a galera não tá vendo valor nisso?
A resposta era simples:
- O pessoal saía na introdução da aula (Fala pessoal, tudo bem? sejam bem vindos a mais uma aula… chato) ou seja, nem chegavam a ver o conteúdo
- 30 minutos de aula densa, cheia de slide, para o cara assistir no transporte indo para o escritório às 06:30 da manhã é de matar
Ou seja, para diagnosticar que seu conteúdo não está no formato ideal, desenvolva o hábito de olhar métricas.
Quantitativas: Views, Retenção, salvos, compartilhamentos.
Qualitativa: O que está sendo dito nos comentários, DM.
Bom, olhei aqui e deu ruim… tô criando conteúdo em cima de tópicos importantes mas acho que não tá no formato certo!
Cara, ta na hora de testar.
Diferentes conteúdos de texto, diferentes conteúdos de vídeo, diferentes conteúdos de imagem, áudio.
Uma dica: Olhe com carinho o contexto que seu público consome seu conteúdo (momento do dia, local, nível de atenção)
Naturalmente você possui alguns chutes.
Novamente trazendo o caso da Nano que mudamos o formato de aulas tradicionais, para aulas extremamente dinâmicas, verticais, edição rápida. Tentando trazer a experiência de um Tiktok para o ensino.
Como sabíamos que isso funcionaria?
Na verdade, a gente não sabia, a gente tinha uma hipótese.
Colaborador às 06:30 da manhã, em um transporte público, indo para o trabalho, barulheira para todo o lado.
Se a gente não usar um formato que consiga captar atenção rapidamente (Cheio de pessoas em volta, várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. naturalmente o cara tem um nível de atenção menor, portanto precisávamos de um formato que puxasse ele para o conteúdo)
06:30 da manhã o cara tá acordando ainda, se a gente não transformar o conteúdo em algo extremamente didático e leve, o cara não vai ver.
Barulho do transporte público: Se o cara não tem fone, e eu não trabalho com legenda… fudeu! O cara não vai ver.
Alguns fatores moldaram o formato de conteúdo da Nano e estamos caminhando para algo único e extremamente contextualizado para o nosso usuário
Resultado:
Inicialmente: 10% de visualização média para 42,5% de visualização média (quantos % da aula as pessoas viram – média)
E por último:
3) Ajustar a linguagem
Cara, do que adianta eu ter um tópico extremamente relevante, um formato de entrega alinhado com o perfil do meu seguidor/cliente/usuário, se eu uso palavras/ termos que ele não entende?
Foi uma das coisas que eu mais apanhei.
Tira termo técnico. a geração de valor, a construção da imagem de autoridade não vem de você usar termo difícil e sim da pessoa entender.
Aí sim ela vai te enxergar como autoridade. Ele me ensinou algo que eu nunca entendi.
Outro ponto que auxilia muito: Adicione elementos lúdicos.
Dentro da Nano temos uma aula que era extremamente problemática “Construção de Editorias e Linha editorial no Instagram”
Eu literalmente não conseguia explicar de maneira mais simples o tópico. tentava procurar palavra mais simples, cortar informações desnecessárias. nada funcionava
Tive uma ideia de associar cada post a uma peça de quebra-cabeça, cada editoria com aqueles grupinhos de peças semelhantes que você faz antes de montar o quebra cabeça (peças que tem um pedaço do céu, peças da borda da direita, peças da borda da esquerda.) e por último, o quebra cabeça como a linha editorial completa.
Cara, a aula foi da água para o vinho
Para finalizar nosso papo de hoje:
Pare de ter medo de entregar conteúdo de valor e não pedir algo em troca toda santa vez.
Vejo vocês em breve.